Saúde e Segurança do Trabalho

Governo dos EUA alerta para risco de substância usada em embalagens plásticas.

25/01/2010 11:12

 Ele está presente em latas de refrigerante, embalagens pl´sticas de alimentos e em brinquedos - e, agora, voltou à mira do governo americano. A agência FDA (Administração de Remédios e Alimentos do EUA), se arrependeu da decisão tomada em 2008 de considerar o BPA (bisfenol A) livre de riscos. E vai gastar 30 milhões de dólares para descobrir se o BPA, muito usado pela indústria, pode causar câncer, doenças cardíacas e alterações hormonais, como já indicaram estudos. Enquanto a suspeita não é comprovada, a FDA tenta apertar o controle sobre o seu uso pela indústria, inclusive classificando-a como " substância em contato com alimentos". Assim como nos EUA, o Brasil não impõe restrições ao uso do bisfenol. "A preocupação americana é mais do que bem-vinda", diz o toxicologista Luiz Quirino.

O BPA é um desregulador endócrino, tendo participação em problemas de tireoide e obesidade. É muito perigoso à fertilidade humana e sua ingestão pode, a longo prazo alterar os comossomos.

    Nos EUA, o Instituto Nacional de Ciências para a Saúde e Meio Ambiente aumenta a lista de alertas sobre a substância vinculando sua presença a mudanças de comportamento, diabete, câncer, asma e doenças cardíacas. E os efeitos do BPA ainda seriam transmitidos aos filhos e pessoas contaminadas. 

    A substância não é usada em alimentos, mas pode contaminá-los. É o que ocorre, por exemplo, quando se bebe café em copo de plástico, ou quando uma criança encosta um brinquedo na boca. Outras formas de contato são ainda mais difíceis de controlar.

    Composto afetaria o leito materno. O BPA está também no papel laminado com que embalamos um pedaço de carne. Também o encontramos em grandes quantidades nos rios. E o peixe que comemos, ingeriu a substância. 

    O potencial de contaminação, que agora será medido pela agência americana, já foi tema de outros estudos. Um deles, feito com 2 mil pessoas, mostrou que 90% delas tinhas BPA na urina. Também foram encontrados alguns resquícios no leite materno e no sangue do cordão umbilical.

    A substância é usada há quase 50 anos na fabricação de garrafas de plástico duro, revestimento de embalagens alimentícias e latas de bebida.

    Até recentemente, era encontrada em mamadeiras. O governo americano negou ter provas concretas de que o BPA é prejudicial - mas, ainda assim divulgou medidas para que a população possa evitar o contato.

    Recipientes com BPA em sua composição devem ser jogados fora se estiverem riscados (a substância pode escapar por esses arranhões) e não devem receber líquidos muito quentes. Deve-se conferir no rótulo se eles podem ser levados ao microondas. Também é cecomendável que as mães amamentem seus filhos por um ano, porque as fórmulas infantis têm contato com a substância.

    O endurecimento com o Bisfenol é o mais recente exemplo de como a agência americana, na gestão Barack Obama, ficou mais agressiva com tudo o que pode ser considerado uma ameaça  à saúde pública. Em 2008, a FDA chegou a considerar a substância inofensiva. Agora, ela promete intensificar a fiscalização ligada à segurança alimentar.

    Representante de empresas fabricantes do BPA, Conselho de Química Americano divulgou nota defendendo a segurança da substância: "Estamos decepcionados com o fato de que algumas recomendações divulgadas vão deixar os consumidores preocupados, embora não sejam bem fundamentadas".

Fonte: O Sul.

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